à G. M. de A.
Do bronze frio do metal a pele quente,
Da ondulação do mar ao cabelo atraente,
Da fruta carnuda à boca ardente,
Do macio algodão ao firme ceio,
No corpo dela passeio.
Do místico Egito aos olhos amendoados e
Da aureola solar os mesmos acastanhados,
Da musa grega à barriga esculturada,
Do cedro libanês às pernas torneadas,
No pensar nela atordôo-me.
Da pele, do cabelo, da boca, do ceio,
Dos olhos, da barriga, das pernas, do corpo inteiro,
Incendeio o corpo e a alma que ao queimar
Alimenta e desgasta o ser inteiro.
Angustia prazerosa de vida e morte que é o processo do amor.
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Nota: Este poema foi escrito há algum tempo (2008) e percebi que não o tinha postado, então pondo-o agora, mantive a quem dediquei, embora morta.
4 comentários:
Hahaha! Saudosa defunta.
"A saudade é a nossa alma dizendo para onde ela quer voltar."
Rubem Alves
Será?
um poema nunca é escrito pra alguem. um poema fala sempre de outra coisa
Isso ai pessoal,
Vinicius, só temos saudade do que foi bom.
Lalá, a vida é um eterno retorno, mas em toda volta estamos mudados.
Márcio, na época em que foi escrito falavo de algo nascente e que eu nunca imaginei que fosse tomar tamanhã dimensão, ainda tenho mais uns dois desse mesmo periodo e vou postá-los.
Os comentários são sempre instigantes e revelam mais do que quem escreve.
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