terça-feira, 29 de junho de 2010

PROCESSOS

à G. M. de A.


Do bronze frio do metal a pele quente,
Da ondulação do mar ao cabelo atraente,
Da fruta carnuda à boca ardente,
Do macio algodão ao firme ceio,
No corpo dela passeio.

Do místico Egito aos olhos amendoados e
Da aureola solar os mesmos acastanhados,
Da musa grega à barriga esculturada,
Do cedro libanês às pernas torneadas,
No pensar nela atordôo-me.

Da pele, do cabelo, da boca, do ceio,
Dos olhos, da barriga, das pernas, do corpo inteiro,
Incendeio o corpo e a alma que ao queimar
Alimenta e desgasta o ser inteiro.
Angustia prazerosa de vida e morte que é o processo do amor.

_________
Nota: Este poema foi escrito há algum tempo (2008) e percebi que não o tinha postado, então pondo-o agora, mantive a quem dediquei, embora morta.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

PRAÇA DA ANGÚSTIA


Na praça da Angústia
Ao lado da Casa do Maranhão
Afogamos nossas mágoas
Com conhaque, mel e limão,
Às vezes pouco, ás vezes não
Até cairmos no chão.

Lá também tem cachaça,
Cerveja, vinho e fumo.
Pessoas angustiantemente interessante
Que ama, sofre,
Discute e até briga.
Mas não saem de lá
Sem uma boa pinga.

Na Praça da Angústia
Batizada Praia Grande,
Um nome angustiante
Tem felicidade e alegria,
Mas o que prepondera é a angústia delirante,
Absurda e a dor da nostalgia.


Flávio Soares
(dedicado aos angústiados: Vinícius, Márcio, Fernanda, Paulo, Jailson, Juçara e Thiago)